sexta-feira, 30 de março de 2012

Atitudes promotoras de desenvolvimento da linguagem (3-4anos)


Depois de ter falado aqui sobre os marcos de desenvolvimento da linguagem esperados entre os 3 e os 4 anos de idade, deixo hoje algumas orientações para esta fase:

- Brinque aos sons. Imite sons do ambiente (animais, aspirador, instrumentos musicais, ...) e peça à criança para descobrir de que será.

- Encoraje o gosto por rimas, através  lengalengas, canções, histórias com rimas, ... Inventem rimas para os nomes das pessoas lá de casa e frases com essas rimas (ex.: João-avião; O João tem um avião).

- Construam "livros" com imagens retiradas da internet ou até mesmo recortadas dos panfletos dos hipermercados que nos chegam a casa quase diariamente. Escolha temas (ex.: animais, casa, escola, alimentos, profissões, ...) e faça colagens por grupos, escolha puzzles ou jogos de associações, pode desenhar ou colar imagens para construir dominós com estes temas, ... Use estas actividades para simplificar a memorização de conceitos linguísticos.


Use as actividades propostas para promover no seu filho hábitos de pesquisavontade de encontrar respostas.

Enquanto adulto/pai procure: 

- induzir desafios ao nível das competências da criança 
- não subestimar a criança, provocando espírito crítico
- propor e não impor, sugerindo soluções e sem resolver em vez da criança
- demonstrar e não impor  a repetição
- promover competências de reflexão em vez de dar respostas. 
- ter cuidado com o modelo linguístico que fornece. 




A criança desta idade já começou a etapa dos "porquês" e iniciou os primeiros "porques", pelo que mostra que descobriu as relações causa e efeito e é capaz de as exprimir. O papel do adulto deverá passar por incentivar a procura de relações deste tipo e a sua explicação. 






Imagens retiradas da internet (a imagem dos panfletos tal como indicado na própria imagem foi retirada do site www.organizaracasa.com)
Fonte:
Rigolet, S. (2006) Para Uma Aquisição Precoce e Optimizada da Linguagem. Porto Editora. 

sexta-feira, 23 de março de 2012

O que esperar dos 3 aos 4 anos?

Falei aqui sobre o que esperar do desenvolvimento da linguagem entre os 2 e os 3 anos de idade, como forma de pais e educadores estarem alerta. Hoje deixo ficar os marcos de desenvolvimento esperados entre os 3 anos e os 4 anos, salvaguardando mais uma vez que existem diferenças individuais e que é necessário criar oportunidades para que o desenvolvimento ocorra.
Então,

dos 3 aos 4 anos

A criança:


• Produz frases simples com 4/5 palavras. Próximo dos 4 anos, já produz frases maiores, usando “e”, “mas”; 

• Inicia o uso de artigos indefinidos (um, uma , uns, umas), preposições (do, da, dos, das, ao, ...). Usa advérbios (bem, mal, ontem, primeiro, ...); 

• Compreende conceitos básicos de cor, forma, tamanho e localização

• Executa ordens com dois itens;

Responde a perguntas simples (quem? que faz? o quê? onde?); 

Relata factos ouvidos, acontecimentos que lhe foram contados, sem os ter vivenciado. 

• A nível pragmático: aprimoram e intensificam o uso das funções comunicativas. Na conversação: fazem perguntas sobre referentes ausentes; os turnos são inteligíveis e coerentes com o turno anterior.


Surgem indicadores de uma sensibilidade linguística (domínio implícito e inconsciente das regras linguísticas):

- fonológica : gosto por rimas. 

- morfo-sintáctica : identifica que algo “soa mal”, e pode começar a corrigir as suas produções e dos outros. (“eu fazi” __ “eu fiz” / “mais bom” __ “melhor”) 

- semântica: quando realiza pedidos de esclarecimento, sobre o significado de palavras quando as ouve pela primeira vez. (“O que é...?”)

Por volta dos 4 anos articulam correctamente a maior parte dos fonemas do português. Dos 3 para os 4 anos vão desaparecendo mais alguns processos fonológicos (trocas normais no desenvolvimento):

Sempre que tem dúvidas procure informar-se! 

terça-feira, 20 de março de 2012

Caixinha de momentos...

Vivemos dias em que se ouve falar de crise, de stress, de falta de tempo, dos filhos e da família, do que se dá e do que se recebe... Deixo hoje uma publicação relacionada com o dia de ontem, o dia do pai, que não foi feita, escrita ou pensada por mim, mas que merece todo o destaque... Que a partilha de momentos entre a Sónia, o Martim e o papá vos inspire :)


"A minha amiga e colega terapeuta Daniela pediu-me para partilhar no seu blog a prenda que eu e o meu filho Martim de 2 anos criamos para o Dia do Pai.
Para celebrar esse Dia, eu queria oferecer  ao pai do meu filhote algo de muito especial e que proporcionasse momentos em família.

Criamos a “Caixa de momentos”.


Na “Caixa de momentos” colocamos 12 bilhetes, um para cada dia 19 de cada mês até ao próximo Dia do Pai. Em cada bilhete, um momento:




- Papá, lê-me uma história!

- Papá, dá-me um beijo babado!

-Papá, dá-me um grande xi!

-Papá, vamos tirar uma fotografia!

-Papá, vamos ter uma tarde especial em família!

- ….






Por vezes, esquecemo-nos que são nos pequenos momentos do dia-a-dia que se incutem valores de Família. E, nesses momentos, ao partilharmos uma actividade, ACONTECE COMUNICAÇÃO, ACONTECE LINGUAGEM, ACONTECE DESENVOLVIMENTO.

Saibam viver de pequenos momentos!
Valorizem os momentos vividos em família!"

Sónia Silva Ribeiro
Terapeuta da Fala na clínica Fisiorad, em Felgueiras
sonianjos2@gmail.com 

A importância dos pais

Tendo sido ontem o dia do pai e, apesar de achar que o dia do pai, o dia dos pais (!), é todos os dias ou a família não estivesse presente todos os dias, decidi falar um bocadinho sobre a importância da interacção entre os pais e as suas crianças ao longo do desenvolvimento.

Muitos estudos têm demonstrado que a interacção parental influência o desenvolvimento de competências intelectuais e sociais da criança. É através da interacção com o outro que se aprende a lidar com as regras sociais e comunicativas e, neste processo, os pais são promotores de aprendizagem.

De uma forma geral, a investigação tem mostrado que pais assertivos e responsivos dão maiores oportunidades para um desenvolvimento positivo em crianças que possam estar em risco (mesmo quando comparadas com outras crianças que vivem em condições mais favoráveis e com estatuto sócio-económico mais elevado, mas com práticas parentais negativas).


A qualidade das interacções parentais é fundamental no desenvolvimento comunicativo da criança, pois é através das trocas diárias que pais e filhos interagem e se influenciam mutuamente. Assim, pais que respondem e interpretam as iniciativas da criança, seguindo o seu foco de atenção, interesses e motivações contribuem de forma positiva para o desenvolvimento da linguagem, comparativamente com pais que ignoram as iniciativas da criança ou dirigem a sua atenção para outros referentes que não o seu foco de atenção.

Em caso de existir risco para o desenvolvimento da linguagem é aconselhável procurar ajuda. Os pais terão que ser instruídos para se adapatarem às competências actuais dos seus filhos e para interpretarem de forma clara e evidente as intenções comunicativas não-verbais  das crianças.

O papel dos pais é educar e amar, mas em certas circunstâncias também precisam de ser "educados"!


Quando comecei a trabalhar era raro aparecerem na consulta ambos os pais, era como se a terapia da fala fosse "coisa de mães". Actualmente, sinto que os pais-homens são mais participativos no dia-a-dia dos filhos e é frequente na primeira consulta ter o pai e a mãe, ambos a demonstrar interesse, a fazer perguntas e a tentar ajustar-se. Por vezes, vem primeiro a mãe e seguir já traz o pai também. Sinto que os pais-homens vêm sempre um pouco mais envergonhados no início mas acabam por se revelarem boas surpresas: conhecem bem as rotinas, os gostos, as competências e as dificuldades dos filhos. 

Devo dizer que em matéria de brincadeira o meu pai sempre foi muito disponível e próximo. Que a intimidade e a confiança também se desenvolve a brincar e que aprendi muito com o meu pai! Não consigo deixar de dizer que fui e sou uma sortuda :)
   
Imagens retiradas da Internet

sábado, 17 de março de 2012

Dormir nem sempre é fácil!

Hoje não trago um tema directamente relacionado com a terapia da fala ou o desenvolvimento comunicativo, mas que ainda assim faz parte da vida dos pais com quem me cruzo. 


As questões do sono são sempre algo difíceis de gerir com a criança e entre o casal, mais os palpites das avós, dos amigos, ... Enfim! Como ainda não tenho filhos não posso partilhar a minha experiência, por isso procurei a opinião de um especialista, daquelas não radicais e que só contribui para angustiar os pais. Sim, porque é esta sensação que me transmitem a maior parte deles, angústia e, por vezes culpa. 



Considero que, como já referi em outros post's, a rotina é importante, bem como o cumprimento de regras. Existem diversos livros com conselhos, planos, repletos de dicas,  que se puderem vale a pena ler com atenção. Contudo, partilho da opinião do médico do artigo que hoje trago, que refere que cada criança é diferente das outras e que as regras não funcionam com todos. Há bebés realmente irritáveis. Dormir com os pais? Bem... promover autonomia é importante, Amar também! O truque parece-me estar num conjunto de comportamentos e não num único. Seja assertivo durante o dia com os comportamentos do seu filho. Não lhe transmita que se sente culpado com algo e seja carinhoso para lhe dar segurança.     


De acordo com o Especialista: «As regras não servem para todos» Pôr um bebé a dormir com os pais é ou não um erro do ponto de vista educacional? De todo, diz Pedro Caldeira da Silva, pedopsiquiatra do Hospital Dona Estefânia. Pode até ser a solução para alguns problemas. O médico dá o exemplo dos bebés irritáveis ou difíceis de acalmar. Dormir com os pais é, por vezes, o caminho para a tranquilidade. Esse é, aliás, um dos conselhos terapêuticos que frequentemente dá quando lhe surgem casos desses. O medo de que os bebés se tornem «mimados» ou cheios de vícios por dormirem com os pais é infundado, esclarece Pedro Caldeira da Silva. «Dormir em família pode ajudar a regular o sono. Os bebés tornam-se mais calmos e os pais mais tranquilos.» Cada bebé é um bebé, diz Pedro Caldeira da Silva, e há bebés que «para se sentirem bem, precisam de dormir com os pais.» Outros não. É por isso que o médico raramente dá conselhos sobre o sono das crianças. «O que eu digo aos pais é: conheça o seu bebé.» Tal como os adultos, «as crianças têm necessidades individuais e características diferentes. Nenhuma regra serve para todas.» Desaconselhar (ou aconselhar!), genericamente, o cosleeping é, por isso, simplista. «Os especialistas metem-se muito onde não são chamados, inclusive na cama dos pais. Há muitas maneiras de adormecer um bebé.» 

in "Pais & Filhos"


 E você, o que fez ou faz na hora de dormir? E quando o bebé acorda a meio da noite?

Não existem respostas mais verdadeiras que outras...

sexta-feira, 16 de março de 2012

Respiração Oral...Informe-se!


Nesta época do ano, por ser primavera, fala-se sempre mais de respiração oral, em parte porque os processos alérgicos se agravam.
Ser Respirador Oral , ou seja respirar pela boca, é uma adaptação patológica, muitas vezes inconsciente, que resulta da dificuldade em respirar pelo nariz. Por norma, é uma compensação!

A obstrução nasal e decorrente respiração oral pode ter várias causas, de entre as quais:
- hipertrofia das amígdalas ou das adenóides (quando são grandes deixam menos espaço para o ar passar e a criança respirar);
- rinites
- sinusites
- inflamações
- infecções respiratórias crónicas   
- malformações
- desvio de septo
- presença de corpos estranhos

Independentemente da causa, esteja atento a algumas características típicas e que poderá identificar facilmente como sintomas de Respiração oral, ainda que algumas delas poderão já ser tidas como consequências:

  • boca aberta durante o dia ou lábios entreabertos com a língua "no meio" dos dentes
  • ronco
  • sono agitado
  • dificuldade em respirar durante o sono
  • olheiras 
  • baba durante o sono
  • sonolência diurna, com agitação (por vezes agressividade) ou apatia
  • dificuldade em concentrar-se nas actividades
  • dor de cabeça de manhã
  • falta de apetite e de prazer em comer (muitas vezes preferência por alimentos líquidos e pastosos)
  • dificuldades em identificar odores
  • cansaço
  • infecções respiratórias frequentes.

Esteja atento e caso verifique alguns destes sintomas fale com o seu médico de família ou, se tiver oportunidade, procure um otorrinolaringologista para uma avaliação mais específica. 

Tenha presente que as infecções frequentes nas vias respiratórias superiores podem levar à ocorrência de otites repetitivas, podendo diminuir a capacidade auditiva durante alguns períodos de tempo. Esta diminuição da capacidade auditiva poderá ter repercussões significativas no desenvolvimento da linguagem. no comportamento, na capacidade de atenção e aprendizagem, com prejuízo a nível escolar.      


Tratar a respiração oral deve ser uma preocupação desde cedo, de modo a evitar ainda comprometimentos a nível do crescimento da face e alterações dentárias. Desde que tratada precocemente é possível evitar danos de natureza permanente e proporcionar à criança uma melhor qualidade de vida (e à família também, porque noites mal dormidas e dias agitados são difíceis para todos!). 
  
Após a avaliação do médico há a necessidade de reequilibrar o tónus e a postura dos orgãos fonoarticulatórios, realizando exercícios específicos para tal, bem como adequar as funções que possam estar alteradas, ou seja, além da fala, a mastigação ou a deglutição. Nesta fase, procure um Terapeuta da Fala

Se tem dúvidas... Informe-se! Não espere...


Imagens retiradas da internet
Fonte:
Aulas de "Respiração oral", leccionadas pelo Terapeuta Ricardo Santos, na Pós-Graduação de Motricidade Orofacial, Isave, 2009-2010. 

quinta-feira, 15 de março de 2012

Brincar...com uma caixa de formas!

Uma das perguntas que me fazem com frequência, logo nas primeiras sessões, é se recomendo brinquedos específicos ou se os que têm lá em casa serão adequados. Por vezes, acontece que de facto os brinquedos são demasiado infantis... Mas de uma forma geral, parece-me que explorar o brinquedo de forma adequada é o mais complicado, ou... sentir confiança na forma como o fazem parece ser o maior desafio para alguns pais!

Escolhi um jogo que de uma forma geral existe em quase todas as casas: uma caixa de formas!


Bebé
  • Coloque a caixa de formas e várias formas coloridas em frente ao bebé e deixe-o brincar livremente.
  • Converse com o bebé sobre o que ele está a fazer, deixando-o manusear os objectos.
  • Deixe o bebé descobrir como abrir a caixa. Esvazie a caixa de formas e diga ao bebé que volte a enchê-la. Mostre-lhe o que pretende.
  • Faça turnos de brincadeira, ora põe a mãe, ora o bebé!
Este tipo de actividade permite desenvolver a noção de vez na interacção, a coordenação entre as mãos e os olhos, bem como a competência para manusear objectos. 

Crianças de 1 a 3 anos
  • Enquanto a criança brinca com as formas e as despeja, deixe-a explorar a forma como cada peça encaixa no orifício correspondente.
  • Diga o nome da forma da peça manuseada pela criança e peça-lhe que encontre o respectivo orifício na caixa.
  • Deixe a criança aprender a rodar as mãos e os pulsos ao tentar colocar uma peça na caixa.
A realização desta actividade permite a exploração de um brinquedo, desenvolvendo noções de cor, formas diferentes, orientação espacial e causa-efeito.
Ao longo da actividade dê-lhe tempo e evite as perguntas sem conteúdo.  Comente, nomeie e siga a iniciativa do seu filho.

Crianças de 4 a 6 anos

  • Deixe a crianças praticar e brincar com a caixa de formas sozinha.
  • Crie um jogo em que têm de introduzir as formas na caixa uma de cada vez, o mais depressa possível.
  • Coloque as peças no chão ou em cima de uma mesa e peça à criança para mostrar onde estão as estrelas, os rectângulos, os triângulos, os círculos. Se não conseguir encontrá-los, mostre-lhe quais são e solicite-lhe novamente que os encontre.
Além do vocabulário que adquirem, desenvolvem competências de jogo  em interacção com o outro. 

Brinque... Divirta-se!


Fonte:
"Kit de desenvolvimento da primeira Infância: Guia de actividades", Unicef
Imagens retiradas da mesma fonte.

quarta-feira, 14 de março de 2012

O poder da brincadeira...

A criança é curiosa desde que nasce. Quer aprender e compreender o seu mundo. Os primeiros cinco anos são o período de crescimento mais acelerado do cérebro da criança durante a sua vida. As primeiras experiências da criança determinam o desenvolvimento do seu cérebro. As aquisições iniciais da criança preparam o terreno para seu êxito na escola.


Boas experiências iniciais promovem o bom desenvolvimento do cérebro da criança! Quanto mais o cérebro trabalha, maior a sua capacidade de trabalhar. Ora, quando a criança brinca, o seu cérebro trabalha muito. É a brincar que a criança aprende e se descobre, pois para ela é natural brincar.


Brinca durante as rotinas diárias. 
Brinca durante as experiências educacionais que lhe são proporcionadas. 
Pense num bebé que começa a brincar de esconde-esconde quando você puxa a roupa sobre sua cabeça. A menina de um ou dois anos que lê para sua boneca imitando a forma como você lê para ela. 
Ou a criança de três ou quatro anos que faz uns rabiscos e marcas numa folha de papel que você coloca na mesa e anuncia com orgulho: “Escrevi meu nome”!

Às vezes pode parecer que não está a acontecer muita coisa. Encher um balde com pequenos objectos e depois despejá-los talvez pareça lhe pareça a si entediante. Brincar com blocos parece simplesmente um exercício de empilhar e derrubar. Mas a brincadeira está cheia de oportunidades para a criança aprender e desenvolver novas competências. Ao brincar, a criança utiliza todos os seus sentidos – audição, visão, paladar, tacto, olfacto e movimento – para recolher informações sobre o seu mundo. Mais tarde, a linguagem será outro meio de adquirir informações. Organiza e reorganiza essas informações, transformando-as nas primeiras imagens de si própria, outras pessoas e o seu ambiente. 
Em próximas publicações irei abordar como explorar diferentes brinquedos de acordo com a idade. Acompanhem!

Imagens retiradas da Internet
Texto ligeiramente adaptado de: "Kit de desenvolvimento da primeira Infância: Guia de actividades", Unicef

segunda-feira, 12 de março de 2012

Gaguez Fisiológica... O que é? O que fazer?

Ontem falei Aqui que por volta dos 3 anos pode surgir uma Gaguez pontual e passageira que é denominada de Gaguez Fisiológica.


Entre os 30 e os 36 meses a aquisição de vocabulário diária acontece de forma mais intensa e as ideias da criança aumentam de forma significativa comparativamente com a sua capacidade de expressão no momento. Desta forma, é normal que passem por um período de seis meses em que apresentam características de uma forma de gaguez.

Neste intervalo de tempo o seu filho poderá "tropeçar" um bocadinho nas palavras, começando uma palavra e parando a meio para começar outra, ou estar frequentemente a fazer autocorrecções das suas próprias produções, o que resulta num diálogo entrecortado. Também poderá acontecer a criança falar durante o ar de inspiração, o que dá a ideia ao ao ouvinte de sufoco e atropelo das palavras.


Nesta fase, os pais devem adoptar uma postura que respeita alguns princípios a fim de evitar um possível estabelecimento de uma gaguez crónica e verificar que a sua duração não ultrapassa os 6 meses considerados normais.

Nunca acabar as frases antes de a criança as ter acabado por inteiro. Este é um princípio básico para prevenir a instalação da gaguez. Dê tempo à criança para ultrapassar as disfluências (pausas, repetições, prolongamentos de sons) sem esforço. Não apresse a criança a acabar aquilo que está a dizer e evite interrompê-la. Espere pacientemente que ela acabe, mostrando que esteve a ouvir o que ela disse. Quando interrompemos alguém que se está a tentar exprimir mostramos desrespeito pelas suas ideias e encorajamos a desistência.

Nunca obrigue alguém que está a gaguejar a falar mais devagar. Esta atitude só contribui para que a criança se sinta mais constrangida. Neste sentido, não verbalize "Fala devagar" ou "Tem calma". Pelo contrário, deve encorajar a sua expressão global, favorecendo qualquer tipo de expressão linguística, deixando-o exprimir-se livremente.

A nossa reacção espontânea e imediata à disfluência da criança será um factor de enorme peso. É normal os pais ficarem  preocupados quando a criança repete ou prolonga muito uma sílaba ou um som em determinada palavra, como por exemplo «sssssssapato». Embora fique preocupado, não peça à criança para repetir várias vezes a palavra, para se certificar que ela consegue dizer sem prolongamento. Isso só irá criar ansiedade na criança e fá-la-á tomar consciência de que algo não está bem com a sua fala. Oiça apenas o que ela tem para dizer, sem  se mostrar preocupado ou ansioso com a forma como ela o diz. Elogie as suas ideias. Diga-lhe que gosta de ouvir o que ela tem para dizer.

Atenção à linguagem usada com a criança! Deverá adaptar a linguagem à idade da criança, sem ser necessário infantilizá-la. Utilize uma linguagem funcional e concreta. Diminua a extensão das frases que diz à criança - devemos repartir as frases que usamos e  os pedidos que lhe fazemos. Dê uma instrução de cada vez, de forma a reduzir a quantidade de coisas que a criança tem que se lembrar e consequentemente a pressão e ansiedade. 

Respeite o ritmo do seu filho sem o tornar num problema de expressão!


Fontes:
Rigolet, S. (2002). Os três P: Precoce, Progressivo, Positivo – Comunicação e Linguagem para uma plena expressão. Colecção Educação Especial. Porto: Porto Editora.

Gaiolas, M. (2010) Gaguez da infância à adolescência. Edições Vogais e Companhia, Cascais.

Imagens retiradas da Internet



domingo, 11 de março de 2012

O que devo esperar aos 2 anos? E aos 3 anos?

Hoje resolvi falar um bocadinho de desenvolvimento da linguagem, de uma forma não exaustiva e que seja facilmente entendida por todos. A nível da linguagem podemos falar de competências de compreensão e de expressão, que envolvam as dimensões do vocabulário (semântica), da organização das palavras nas frases (sintaxe), da formação de palavras (adjectivos, plurais, concordâncias, ... - morfologia), percepção e produção de sons para formar palavras (fonologia) e uso de todas estas competências num contexto social (pragmática). 


Como pai/educador como posso saber o que esperar em cada idade?
A resposta a esta questão implica saber alguma informação e capacidade de observação para tentar verificar as competências que menciono hoje. Esteja atento durante as brincadeiras que faz com a criança, na sua interacção com outras crianças e não se cinja a acontecimentos isolados. 

Importa ter presente que os marcos de desenvolvimento da linguagem são atingidos mais ou menos na mesma idade por todas as crianças e que é necessário que haja oportunidade para que esse desenvolvimento ocorra. Contudo, existem diferenças individuais (herança genética, nutrição, influências culturais, ...) que devem consideradas e que interferem com o ritmo de aquisição.

De uma forma geral, as pessoas sabem que por volta dos 12 meses surgem as primeiras palavras, por norma pouco depois de a criança começar a dar os primeiros passos. São palavras simples e que tem um significado representativo de uma frase. Durante o segundo ano de vida, a criança aponta animais, roupas ou brinquedos quando o adulto diz o nome. Usam palavras e também sons que não são palavras mas que parecem uma "conversa". Por volta dos 18 meses começam a combinar 2 palavras (ex.: "papa bebé" ou "popó pai"). Ao longo desta fase a criança começa a entender que determinado objecto serve uma função (a escova é para pentear, o copo para beber, ...).

Dos 2 aos 3 anos
A criança:

- Produz cerca de 200 a 300 palavras.

- Usa frases curtas com 3/4 palavras, maioritariamente com nomes e verbos, do tipo afirmativo ou na negativa. (As perguntas ainda não surgiram, contudo com a entoação parece que o está a fazer.)

- Por volta dos 34 meses usa o "eu".

- Usa verbos regulares no passado e no presente. 


- Realiza generalizações abusivas. Ex: “Eu fazi”, “eu ouvo” e surge o plural;

- Descobre a causalidade (causa-efeito; “porquê?”). O uso do "porque" surge mais tarde (+ou- aos 3 anos e meio). 

- Tem dificuldades em recontar uma história (com suporte visual, consegue expressar algumas ideias ou nomear alguns tópicos). 

- Memoriza a letra de pequenas canções; 

- Produz palavras de carácter social: “obrigado”, “ por favor”; 

- Passa por um curto período de Gaguez pontual e passageira _ gaguez fisiológica (30-36meses), que resulta muito do facto de a criança compreender muito mais do que as suas competências lhe permitem expressar.

- É entendida pelos familiares, na maior parte das vezes (dificuldades em alguns sons e em palavras mais compridas, como “televisão”). 

- Até aos 3 anos diz palavras com os sons:
p, b, m, t, d, n, nh, k, g 

- Até aos 3 anos troca o som /k/ com /g/ (ex..comida-gomida) e pode trocar os sons /f, s/ por /p/ ou /t/ (ex.: faca-paca ou sopa-topa). 


Use o conhecimento destes marcos para estar mais atento e identificar precocemente dificuldades de linguagem  que necessitem de avaliação de um terapeuta da fala. Tem dúvidas? Pergunte... 



Imagens retiradas da Internet




Fontes:
Rigolet, S. (2002). Os três P: Precoce, Progressivo, Positivo – Comunicação e Linguagem para uma plena expressão. Colecção Educação Especial. Porto: Porto Editora.
Rigolet, S. (2006) Para Uma Aquisição Precoce e Optimizada da Linguagem. Porto Editora. 

sábado, 10 de março de 2012

Será que o meu filho não ouve bem?

Os primeiros anos de vida são repletos de aprendizagens e cada dia traz novas surpresas para a criança e para a sua família. Os pais devem procurar estar atentos ao desenvolvimento da linguagem e identificar se, em algum momento, existe necessidade de realizar uma avaliação/despiste. De entre as várias causas de um Atraso no Desenvolvimento da Linguagem está a perda auditiva que, ainda que ligeira poderá reflectir-se de forma significativa nas competências comunicativas da criança.



Sugiro que responda às questões, de acordo com as idades como referência:    

- 3 meses: O seu filho assusta-se e começa a chorar com sons elevados? O seu filho reage a sons como a sua voz?
- 6 meses: O seu filho volta a cabeça e olha para o local de onde vem o som?
- 9 meses: O seu filho reage ao seu próprio nome, olhando ou voltando-se na direção de quem o chamou?
-12 meses: O seu filho produz sons e compreende nomes simples como “popó” e “papa”?
-15 meses: O seu filho responde a ordens simples ("Dá o pão" ou "Mostra o pé") e diz algumas palavras? 
Independentemente da idade esteja atento a alguns sinais de alerta, tais como:

- Não reage quando ouve sons suaves, mesmo que não exista barulho de fundo.
       
- Parece sempre distraído e usa com frequência as expressões “o quê?” “ãh?”.


- Fica muito atento ao rosto e às expressões faciais das pessoas com quem está a falar, como se procurasse "ler" a fala do outro.


- Fica mais confuso quando existe ruído de fundo e parece não compreender o que lhe dizem.


- Gosta de colocar o volume da televisão alto e quando os adultos não deixam procura um lugar mais perto da TV.


- Não gosta de falar ao telefone e não entende o que lhe dizem. Pode acontecer também reparar que o seu filho troca o telefone de ouvido na tentativa de compreender.  


- Não reage a sons bruscos, mesmo aqueles que normalmente até os adultos se assustam.

- Tem dificuldades em falar e em corrigir-se quando os adultos lhe dão o modelo, tendo dificuldade e manter a atenção.

Importa referir que, caso exista uma perda auditiva as aprendizagens escolares estarão comprometidas e a frustração da criança e da família vai aumentando. Os sinais de alerta que referi não devem ser considerados isoladamente, tente estar atento a diferentes comportamentos. Se tem dúvidas e pensa que esta poderá ser a causa das dificuldades do seu filho faça os testes auditivos. 

Não adie um diagnóstico por medo! 



Fonte:

sexta-feira, 9 de março de 2012

Ler e Compreender pode ser mais fácil...

Uma das áreas em que o terapeuta da fala intervém, com frequência, é a nível da leitura-escrita. Nas fases iniciais de aprendizagem há uma grande preocupação com a consciência dos sons e a sua associação aos grafemas. Existe aqui um sem número de questões importantes que fazem com que este processo decorra melhor ou pior. Contudo, este não será o tema desta publicação.


O que hoje proponho são estratégias/orientações para os pais usarem em casa para facilitar a compreensão da leitura, quer seja para crianças que tiveram alguma dificuldade nas aprendizagens iniciais da leitura e que ainda não são funcionais nesta competência, ou simplesmente para crianças que estão nesta fase de aprendizagem.


Então, como posso ajudar?

- incentive a leitura de contos infantis/fábulas, que são textos com uma estrutura simples, ricos em vocabulário e, de uma forma geral, motivantes.

- analise o título ainda antes da leitura do texto e “especule” sobre o tema que será abordado nesse mesmo texto.


- a história/texto pode ser lida primeiro por si antes de pedir à criança para ler, explorando o vocabulário novo e/ou mais abstracto.


- a história/texto deve ser lida por etapas, e o adulto faz o “varrimento” do que leu através da análise oral da história, ou seja leia uma pequena parte e em seguida pare e faça algumas perguntas acerca do que foi lido e só depois continue.


- peça à criança para recontar cada parte da história.


- após analisar cada parte da história peça o reconto na totalidade.


- use apoio visual para concretizar vocabulário novo. Procure na internet imagens para mostrar o que significam as palavras novas.


- peça à criança para explicar o acontecimento principal de um texto, dar a ideia geral de um acontecimento, inventar títulos (ou seleccionar o que mais se adequa).


- reforce os sucessos da criança e os esforços e tentativas também. Estar constantemente a dizer-lhe que errou não faz com que ela se sinta melhor e motivada. Seja paciente e quando não corre bem tente de novo.


- respeite o ritmo de aprendizagem da criança.




Estas são algumas estratégias que usadas diariamente na exploração dos textos do trabalho de casa podem facilitar esta tarefa, tantas vezes complicada para as crianças, de compreender o que lêem. Ao fim-de-semana procure ler contos infantis, mesmo que a criança já os conheça. Se ler ainda é muito "difícil" escolha historinhas mais pequeninas. Sugiro uma visita ao site da História do dia.


Boas leituras!


Imagens retiradas da internet
Fontes:
Carvalho, A.; (2011) Aprendizagem da leitura - Processos cognitivos, avaliação e intervenção. Psicosoma, Viseu. 
Pereira, R.; (2011) Programa de Neurociência - Intervenção em leitura e escrita. Psicosoma, Viseu. 

quinta-feira, 8 de março de 2012

Uma escadinha acima...


De uma forma geral os pais conseguem fazer um desnível em relação às competências evidenciadas pelos seus filhos e o modelo que lhe vão dando. Contudo, nem sempre o desenvolvimento da linguagem surge nas fases esperadas e, algures neste percurso, vai-se perdendo esta naturalidade. 

Tinha falado aqui no conceito de "expansão semântica" e pareceu-me que não ficou muito claro, por isso decidi dar um exemplo:
  
A criança olha para o carro do pai e diz: "Popó!". Neste caso a mãe pode acrescentar: 
    
"O popó do papá!" ou "O popó é grande".

O adulto não deverá ultrapassar 3 a 4 palavras acima do enunciado produzido pela criança, para ser entendido  e servir de modelo optimal. Quantas vezes não acontece de falarmos tanto que a meio as crianças já nem estão a prestar atenção? "Falar muito" com a criança em determinadas fases deve ser doseado e deve existir tempo para que ela também possa responder.

Esta extensão pode ocorrer a nível gramatical, através do uso de palavras funcionais, tendo presente a noção de que estas custam mais a ser assimiladas. Exemplo: se a criança usa a palavra "bola", o cuidador poderá usar:
 "a tua bola", 
"a bola no cesto", 
"bola fora do campo", ... 


Outra questão que me fazem com frequência é se se deve usar ou não infantilismos, como "papa", "popó" ou outros. Numa primeira fase, tanto o cuidador como o bebé dirão "popó" e deve encorajar este tipo de infantilismos. Ao fim de algum tempo, verá que a criança já usará com um certo à-vontade esta palavra, por isso deverá propor uso do modelo adulto. Assim, quando o seu filho diz "popó" repita "popó" para reforçar e em seguida acrescente "o carro", juntando-lhe o modelo adulto do mesmo conceito. 
Só após este fase é que se permita a usar sempre a palavra adulta, pois agora ele saberá que têm o mesmo significado. 



Imagens retiradas da Internet. 
Fonte: 
Rigolet, S. (2006) Para Uma Aquisição Precoce e Optimizada da Linguagem. Porto Editora. 

quarta-feira, 7 de março de 2012

Siga a iniciativa do seu filho...

Continuando o tema "Antes de Falar já Comunico", proponho mais uma orientação que traz bons resultados: seguir a iniciativa da criança. Isto significa responder com interesse ao que o seu filho está a comunicar, mostrando-lhe que o que faz ou diz é interessante e importante para si.


Há várias formas de seguir a iniciativa da criança:
- responder imediatamente e com interesse
- juntar-se ao jogo e jogar
- seguir a iniciativa do seu filho com acções e palavras, através da imitação, interpretação e fazendo comentários. (este tópico será abordado na próxima publicação)

Quando a criança  inicia uma interacção, procure responder-lhe de imediato, independentemente da forma como a mensagem é transmitida: um olhar um som, um sorriso, um movimento do corpo, um gesto ou palavra. Diga algo em seguida para que ele saiba que recebeu a sua mensagem. Demonstre um tom de voz entusiasmado e sorria.


As vantagens de compartilhar os interesses do seu filho são simples:
- ele é mais propenso a comunicar sobre aquilo que lhe interessa
- aprende mais quando a sua resposta se relaciona com a mensagem
- ele mantém mais facilmente a atenção em actividades que lhe interessam.


Participe no jogo: jogar com o seu filho é uma das formas mais divertidas de seguir a sua iniciativa e comunicar.

Quando a criança ainda é pequenina, use palavras e sons que possa associar às actividades que estão a acontecer, como "Ohh-ohh" ou "Ups" quando caí algo ao chão; "vrrrrrrr" associado ao som do carro em movimento; "muuuummm" com gesto associado na barriga que mostra que a comida era boa; "Puuumm", para associar a barulhos fortes ou quedas; brinque aos sons dos animais, ... Faça-o de forma divertida.

Com crianças mais crescidas procure encontrar os seus próprios jogos.



É difícil brincar com a criança quando apenas ela tem o objecto. Neste caso é importante evitar ser apenas um espectador.  Por exemplo, se o seu filho está a fazer deslizar um camião ou a construir algo com legos, procure encontrar algo semelhante para poder brincar com ele e participar.

Quando as crianças chegam aquela fase em que já dizem as primeiras palavras, brinque "às casinhas": finjam situações do dia, como dar "comida" um ao outro, "brincar aos médicos", ... Escolha um papel e aja como tal.

Divirta-se a Brincar :)

Imagens retiradas da internet

Fonte: 
Wietzman, E.; Pepper, J. (2007) Hablando... Nos Entendemos los dos. The Hanen Program; Toronto. 

terça-feira, 6 de março de 2012

Dia Europeu da Terapia da Fala


Vídeo elaborado por colegas da UFP e que mostra as áreas de intervenção do terapeuta

Já comecei este blog há alguns dias e tenho abordado alguns temas relacionados com a minha profissão, a Terapia da Fala, sem ainda ter explorado em que consiste. Além de o fazer, hoje deixarei também a apresentação e o contacto de alguns colegas que trabalham em diferentes locais do país. Parece-me importante mostrar o rosto de alguns que todos os dias fazem desta profissão aquilo que ela é. Ficam também os contactos para que possam tirar dúvidas ou marcar consulta se necessário.   

Quem é o Terapeuta da Fala?


"O Terapeuta da Fala intervém ao nível de perturbações de comunicação, de alterações da fala, da voz e da linguagem oral e escrita, na criança, no adolescente, no adulto e na pessoa idosa, qualquer que seja a etiologia. A este profissional compete a prevenção, a avaliação, o tratamento e o estudo científico da comunicação humana e das perturbações associadas. Neste contexto, a comunicação engloba todas as funções associadas à compreensão e à expressão da linguagem oral e escrita, assim como todas as formas apropriadas de comunicação não-verbal".



Áreas de Intervenção

- Perturbações da interação e comunicação (ex.:. indivíduos com autismo)
- Perturbações da alimentação e deglutição (ex.: após lesão neurológica)
- Perturbações da linguagem
- Perturbações da leitura e escrita
- Perturbações articulatórias (ex.:. indivíduos com distorções em sons da fala)
- Perturbações da fluência do discurso (e.x.: indivíduos com gaguez)
- Perturbações da voz


Contextos em que pode trabalhar

- Hospitais;
- Unidades de cuidados continuados;
- Centros de Saúde;
- Clínicas e Gabinetes Privados;
- Agrupamento de escolas;
- Jardins-de-Infância e Creches;
- Serviços ao domicílio;
- Instituições de solidariedade social e de reinserção social;
- Instituições de arte e espectáculo;

(Fonte: CPLOL -Comité Permanente de Ligação dos Terapeutas da Fala da União Europeia)


Algumas das pessoas que tenho o orgulho de dizer que sou colega de profissão: 

Terapeuta Ana Catarina Coelho Costa
Licenciada em Terapêutica da Fala pela Universidade do Algarve, em 2008.
Pós-Graduada em Motricidade Oro-Facial pelo Instituto Superior de Saúde do Alto Ave – ISAVE, em 2010.
Terapeuta da Fala de uma IPSS – Associação da Creche de Braga – desde 2008. "Trabalho, essencialmente, com crianças (dos 6 meses aos 10 anos) ao nível da intervenção precoce. A minha experiência profissional é, predominante, com crianças e multideficiência – perturbações da comunicação; alterações de linguagem, fala e motricidade oro-facial; perturbações da leitura e escrita. De momento não trabalho em nenhuma clínica, no entanto, faço domicílio na zona de Braga". 

Terapeuta Filipa Santos
Licenciatura em Terapêutica da Fala, pela Universidade Fernando Pessoa.
Pós-Graduação em Motricidade Oro-facial, pelo Instituto Superior do Alto Ave.
A exercer funções como Terapeuta da Fala desde 2007, essencialmente com crianças e jovens.
Locais de trabalho: Agrupamentos de Escolas (Unidades de Multideficiência e Autismo); Gabinetes/Clínicas na Maia e em V.N. de Gaia. 

Terapeuta João Canossa Dias

ESTSP - IPP - Licenciatura em Terapia da Fala
FPCEUC - Mestrado na área de Ciências da Educação
Local de Trabalho: ARCIL - Lousã
http://www.arcil.org/ 

"Missão: Desenvolver a competência comunicativa no cliente e nos outros e tornar a Comunicação Acessível a TODOS!"

Terapeuta Lurdes Morim
Licenciatura em Terapêutica da Fala, pela Universidade Fernando Pessoa, em 2006.
Pós-graduação em Motricidade Orofacial, pelo Instituto Superior do Alto Ave, em 2010
"Exerço funções como Terapeuta da Fala em Barcelos e em Vila do Conde, em Instituições e numa Clínica, onde tenho o prazer de intervir nas diferentes áreas da Terapia da Fala - linguagem , fala (articulação verbal, voz) motricidade orofacial e disfagia - e com faixas etárias compreendidas entre os 3 e os 95 anos :)"

Terapeuta Maria João Sousa

Terapeuta da Fala pela Escola Superior de Tecnologias de Saúde do Porto.
Mestranda do curso Psicologia da Educação pela Universidade do Algarve
"Como o maior prazer, sou a Terapeuta da Fala de crianças e jovens únicos, lindos e admiráveis, com necessidades educativas especiais, no domínio da Comunicação, Linguagem e Fala. Atualmente, exerço no Agrupamento Vertical de Escolas das Ferreiras e no Agrupamento Vertical de Escolas do Algoz, enquanto Escolas de referência, com Unidades de Ensino Estruturado para alunos com Perturbações do Espectro do Autismo".        Contacto:  m_joao_s@hotmail.com Tlm: 919427563
   
Terapeuta Patrícia Nogueira
Licenciada pela ESTSP
Mestre em Ciências da Fala
"Desempenho funções no Laboratório de Audição e Terapia da Fala da Universidade do Algarve.
A Terapia da Fala é um mundo de descoberta constante onde o olhar, a atenção e a partilha permitem a descoberta e o crescimento dia a dia.
 Intervenho junto de casos privados na cidade de Faro, em especial crianças e adultos com alterações vocais." 

Terapeuta Sónia Silva Ribeiro
Licenciada em Terapêutica da Fala pela ESTSP 
"Exerço na FIsiorad em Felgueiras, na Casa de Saúde de Guimarães e na Clínica Santa Marta nas Caldas das Taipas. A Terapia da Fala move-me enquanto profissional mas, ainda mais, enquanto pessoa. É excepcional acompanhar e ajudar crianças e pais na caminhada do desenvolvimento da Comunicação, da Linguagem e da Fala. Nessa relação, a conquista de pequenas vitórias torna-se muito gratificante".
Contacto:sonianjos2@gmail.com